Numa comparação dos dez primeiros meses do ano, entre 2019 e
2020, houve um aumento de 7,27% no número de pacientes vítimas de acidentes de
trânsito atendidos no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE),
de Ananindeua, Região Metropolitana de Belém. De janeiro a outubro do ano
passado, foram 3.476 pacientes nessas circunstâncias. No período equivalente de
2020, o número subiu para 3.729.
A informação foi divulgada pela assessoria do HMUE. Ainda segundo o balanço
deste período, em relação ao número de óbitos, nos dez primeiros meses de 2019
e de 2020, os dados são os mesmos: 139 pessoas não resistiram aos ferimentos.
Os dados mostram, ainda, que o acidente de trânsito continua sendo a principal
causa de mortes de pessoas entre 15 e 29 anos.
De acordo com o coordenador do Pronto Atendimento da unidade, José Guataçara, a
maioria dos registros envolve motociclistas. Na avaliação geral, os fatores que
mais causam esse tipo de acidente são: uso do celular; consumo de álcool;
excesso de velocidade; vulnerabilidade no trânsito; e, no caso de motocicletas,
falta do capacete. "A gente esperava que o número de acidentes fosse
diminuir por causa da quarentena. Mas tem muita gente que negligencia a
segurança", explicou.
Acidentes de pequenas distâncias
O representante do HMUE avaliou que as pequenas distâncias
são as mais atreladas a esses registros. "Geralmente, são pessoas que
saíram para algum local próximo. Por isso mesmo, acabaram esquecendo ou
deixando de lado os equipamentos de proteção individual. Porque acham que não é
necessário para uma pequena distância. No caso das motos, o maior problema é o
excesso de velocidade. E o método que pilotam, desequilibrando ao passar colado
nos carros. Irresponsabilidade", detalhou Guataçara.
Para orientar a população sobre os cuidados no trânsito em relação às
motocicletas, o HMUE realiza, ao longo do ano, o projeto "Quero andar de
moto até morrer, mas não quero morrer andando de moto". Mais de cinco mil
pessoas já foram treinadas por meio de palestras.
"Estamos indo em Belém, Ananindeua e interiores. Para associação de taxistas, clubes de moto. Mostramos como o acidente acontece e como dar o primeiro atendimento corretamente", completou José Guataçara.
Fonte: João Thiago Dias/OLiberal