O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio) chama a atenção para a época reprodutiva do caranguejo-uçá nos primeiros meses do ano, e observa que a captura é proibida em todo o território, nesse período, e não só nas unidades de conservação, nos âmbitos federal, estadual e municipal.
"O período do defeso foi criado para proteger os caranguejos em uma época em que eles estão mais vulneráveis. Tanto o macho quanto a fêmea, saem para acasalar e liberar seus ovos, estando longe de suas tocas. Esse momento é crucial para a continuação das novas gerações e precisamos que todas as pessoas sensibilizem-se e protejam os animais para que possamos garantir a sobrevivência da espécie, especialmente nas unidades de conservação, criadas para proteger os recursos naturais de forma sustentável”, enfatiza a bióloga do Ideflor-Bio, Renata Emin.
A presidente do Instituto, Karla Bengtson, informa que o Ideflor realiza ações de fiscalização e de educação ambiental em unidades de conservação geridas pelo próprio órgão, como na Área de Proteção do Marajó (APA Marajó), APA Algodoal-Maiandeua e no Monumento Natural do Atalaia.
De acordo com o Ideflor-Bio, a época reprodutiva do caranguejo-uçá nos primeiros meses do ano oscila com as fases do ciclo da lua cheia e nova, e no período fica proibida a sua captura, a manutenção em cativeiro, o transporte, o beneficiamento, a industrialização, o armazenamento e a comercialização, de acordo com portaria específica.
No Pará, quem comercializa o caranguejo-uçá deve declarar seus estoques até um dia antes dos períodos estabelecidos para o defeso. Este ano a declaração de estoque pode ser entregue de modo presencial ou por meio eletrônico às superintendências federais do e Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Confira o Calendário 2021, com os quatro períodos de defeso:
14 a 19 de janeiro - lua nova
29 de janeiro a 3 de fevereiro - lua cheia
28 de fevereiro a 5 de março - lua cheia
29 de março a 3 de abril - lua cheia
Na APA do Marajó, existe uma faixa de manguezais na região leste, onde é encontrada a espécie do caranguejo-uçá. Nessa mesma região dos manguezais, está inserida a Reserva Extrativista (Resex) Marinha de Soure, administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O Ideflor-Bio, afirma o gerente da Região Administrativa do Marajó, Fábio Pamplona, contribui com as fiscalizações do ICMBio. As ações têm parceria institucional do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA). "São verificados vários aspectos relacionados à comercialização do caranguejo, justamente para a preservação desse organismo”, frisa Fábio Pamplona.
O Brasil tem um 1,4 milhão de hectares de manguezais, ecossistema onde habita o caranguejo-uçá (Ucides cordatus), espécie de grande importância na cadeia alimentar do manguezal. O caranguejo participa do processo de reciclagem e retenção de nutrientes, ao fazer a escavação e a limpeza de sua toca, e trazer à superfície matéria orgânica depositada no fundo, alimentando assim todo o sistema.
Na região Norte está localizada a maior área contínua de manguezais do País. A APA Algodoal/Maiandeua faz parte dessa área, e é grande a quantidade de caranguejos pescada na Unidade de Conservação.
Diretora de Gestão e Monitoramento de Uidades de Conservação, do Ideflor-Bio, Socorro Almeida, apela a pescadores e consumidores que respeitem os períodos de defeso, e ajudem a garantir a perpetuação da espécie.
Fonte: Redação Integrada, com informações da Agência Pará/OLiberal