No Pará, já foram vacinadas com a primeira dose contra a covid-19 o total de 107.212 pessoas – o equivalente a 1,23% da população do Estado, que conta com 8,7 milhões de habitantes. Nas últimas 24 horas, o Pará vacinou 5.070 pessoas. A quantidade de doses aplicadas no Estado é 33,97% das 251.440 doses recebidas pela Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) do governo federal, por meio do Ministério da Saúde (MS).
Os dados são do Consórcio de Veículos de Imprensa, levantamento feito junto às Secretarias Estaduais de Saúde, na manhã desta quinta-feira (11). Ainda de acordo com o levantamento, observa-se que a baixa na quantidade de vacina não ocorre somente no Pará. Por enquanto, ela só pode ser adquirida pelo meio do Governo Federal, via Ministério da Saúde, e disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e de acordo com os grupos prioritários definidos.
No entanto, diversos governadores e prefeitos e inclusive especialistas apontam que a falta de um plano unificado de imunização por parte do Ministério da Saúde e a incerteza sobre a quantidade de vacinas que serão disponibilizadas nos próximos meses são alguns dos motivos para a lentidão na aplicação das doses e na definição de um cronograma mais exato.
Com isso, não há prazo para quando o Brasil atingirá a imunidade de rebanho, isto é, pelo menos 70% da população vacinada (com a primeira e segunda dose) nem quando sairá da pandemia. Há quase 11 meses, a covid-19 chegou oficialmente no Brasil, o qual já soma 234.945 mortes e 9.662.305 casos. O Pará está com os números de casos em alta (vermelho) e possui 7.874 mortes e 344.363 casos de infecção pela doença. Os dados são também do Consórcio, até 20h desta quarta (10).
Indefinição com a garantia das vacinas incomoda e preocupa os belenenses
Essa situação da vacinação ainda em conta-gotas incomoda e preocupa muitos moradores de Belém, capital paraense. Para eles, também fica claro que a problemática é ocasionada pela falta de organização, de planejamento e iniciativa do governo federal.
“Apesar de todos os esforços da Prefeitura de Belém e do governo do Estado, acho que a trapalhada do governo federal está prejudicando o andamento da vacinação. A gente poderia estar muito mais à frente do que estamos. E o Pará está vergonhosamente atrás dos outros estados se compararem a população e a quantidade de vacinas que chegaram. Então, está decepcionante, infelizmente”, afirma o nutricionista Ricardo Santos, 41 anos.