O Governo do Estado acolheu, em 2020, no pico da pandemia do coronavírus, cerca de mil pessoas que vivem em situação de rua na Região Metropolitana de Belém (RMB). À época, todos ficaram abrigados, durante cinco meses, no Estádio Olímpico do Mangueirão. O trabalho foi coordenado pela Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster).
Após um ano da ação, parte dos assistidos começaram, na última quinta-feira (18), a serem cadastrados para vagas de emprego no Sistema Nacional de Emprego (Sine). De acordo com a Seaster, seis deles já estão com o cadastro finalizado. A ideia, ainda segundo a secretaria, é inserir essas pessoas no mercado de trabalho e contribuir para o resgate da cidadania, autonomia e qualidade de vida dos mesmos.
“Após um levantamento que nós realizamos, estamos cadastrando aqueles que estão aptos para o mercado de trabalho, aqui eles estão sendo enquadrados dentro de um perfil profissional. Nós já estamos trabalhando há algum tempo com essa busca pela empregabilidade, proporcionando palestras e outras iniciativas”, comenta o técnico de abrigamento, Wilson Leão.
Por falta de documentos, Fábio José dos Reis, de 36 anos, não tinha conseguido realizar o cadastro no Sine. Entretanto, durante os cinco meses que ele esteve acolhido no Mangueirão, conseguiu emitir os documentos básicos, como certidão de nascimento e identidade. “Eu estava na situação de rua há mais de 10 anos e consegui todos os meus documentos de graça dentro do abrigo. Lá eu tive todo o suporte da equipe e agora pretendo conseguir um emprego. Tenho experiência em auxiliar de protocolo, estou na torcida, pois o que vier será bem vindo”, conta.
Paulo Fernandes, de 48, também está na expectativa para ser reinserido no mercado de trabalho. Ele estava em situação de rua há seis anos e aguarda ansiosamente por uma oportunidade de emprego. “Eu tenho experiência como motorista, montagem e carpintaria. Até como operador de trator eu já trabalhei. Já passei por quatro empresas e estou fora do mercado desde 2015. Foi nesse período que fiquei desgostoso com a vida e fui parar nas ruas”.
Fonte: Agência Pará