A venda de automóveis seminovos e usados neste ano já superou em 2,4% as negociações registradas em todo o país nos dois primeiros meses do ano passado, de acordo com levantamento da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto). No Pará, a procura por veículos seminovos e usados em janeiro e fevereiro cresceu em média 5% em relação ao mesmo período em 2020.  

“O mercado está muito aquecido para venda dos seminovos e usados porque o carro zero está em falta. Com a pandemia, as fábricas diminuíram a produção e com isso a oferta de veículos novos também ficou menor”, explicou Aldo de Oliveira, presidente da Associação dos Revendedores de Veículos Automotores no Estado do Pará (Assovepa).

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) aponta que, em 2020, a produção de veículos automotores caiu 31,6%.

Somente no mês passado, os negócios fechados de seminovos e usados foram de 13% a mais em comparação ao mesmo período de 2020. Outro aspecto que impulsionou o crescimento das vendas é a facilidade de crédito junto aos bancos. Uma pesquisa feita pelo Extra mostrou que os juros estão mais baixos e é possível financiar até 100% do veículo. Com isso, aumentou também a concessão de crédito. A expectativa do certo é que o mercado continue aquecido durante os próximos meses.

“Hoje um veículo seminovo pode ser vendido mais caro que um novo justamente por conta da demanda. O carro que é vendido na concessionária a R$ 70 mil pode ser encontrado em uma loja revendedora até R$ 5 mil mais caro, a diferença é que as concessionárias estão demorando mais tempo para entrega. Muita gente tem comprado carro para revender, e esses que revendem já pedem um valor acima da tabela FIP. A diminuição nas vendas do carro zero dificulta até mesmo a captação de seminovos para revenda”, afirmou Oliveira.

Os veículos com 13 anos ou mais tiveram alta de 34,8% nas vendas e os automóveis com 9 a 12 anos de uso registraram 27,7% de aumento. Já as vendas dos seminovos, com zero a três anos de uso, subiram 9%.

Fonte: Laís Santana/OLiberal