Trabalhadores da educação do município de Bom Jesus do Tocantins, no sul do Pará, deflagraram uma greve sanitária a partir desta terça-feira (13). Se trata de uma resposta ao decreto municipal nº 14/2021, assinado pelo prefeito João da Cunha Rocha (PSC), que determinava o retorno às aulas presenciais. O decreto foi publicado na última sexta-feira (9), com previsão da retomada para esta segunda-feira (12), o que preocupou professores e demais servidores do setor.

Diante da preocupação dos servidores, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp), subsede de Bom Jesus do Tocantins, convocou uma assembleia para esta terça. Após a deliberação da categoria, ficou decidido que a greve sanitária seria deflagrada. Não se trata de estado de greve. A prefeitura deve ser notificada da decisão, oficialmente, ainda nesta terça. Yole Barbosa de Menezes, coordenadora de Finanças Sintepp de Bom Jesus do Tocantins, explica que a decisão é pela segurança dos trabalhadores do setor e dos alunos.

A categoria ainda não sabe qual fundamento foi usado para o prefeito determinar o retorno presencial às aulas, indo na contramão de recomendações de especialistas e da recomendação principal da reedição do decreto estadual 800/2020, que colocou todo o estado do Pará em bandeira vermelha (risco máximo de covid-19)"Temos 10 escolas que já terão as atividades paralisadas, sendo sete na zona rural e três na zona urbana. Há apenas uma escola particular e pequena, que teve funcionamento autorizado pelo decreto também. Muitas pessoas voltaram às aulas ontem (12) por medo e por terem se sentido coagidas pela prefeitura", disse Yole.

A Redação Integrada de O Liberal, tentou vários canais de contato com a Prefeitura de Bom Jesus do Tocantins. Porém, todos os telefones que estão disponíveis na internet, inclusive no site da prefeitura, não funcionam. E-mails foram enviados ao prefeito, ao vice-prefeito, à assessoria de comunicação e à Secretaria Municipal de Educação. Os endereços constavam no site da prefeitura. Um posicionamento sobre o caso está sendo aguardado.

Fonte: Victor Furtado/OLiberal