De dezembro de 2021 para o dia 20 de janeiro de 2022 o total de óbitos provocados pelo coronavírus em Belém duplicou, ou seja, saiu de 11 mortes para 22. O levantamento acaba de ser divulgado pela Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) na Nota Informativa de 21 de janeiro de 2022. Esse total de 22 óbitos verificados no primeiro mês de 2022, no entanto, é bem inferior aos 191 identificados em janeiro de 2021, quando ainda não se tinha a vacinação contra o coronavírus.
"Em janeiro de 2021 foram registrados 191 óbitos, enquanto em
dezembro de 2021 foram registrados 11 óbitos por covid-19 entre residentes de
Belém. Até o dia 20 de janeiro de 2022 foram registrados 22 óbitos tendo como
causa básica a covid-19 entre os residentes de Belém, um aumento de 100% de
dezembro de 2021 para janeiro de 2022", pontua a Secretaria.
Entre os 22 óbitos por causa base covid-19 ocorridos em residentes de Belém em
janeiro de 2022, foram identificados 11 óbitos entre pessoas não vacinadas, e 11
entre vacinados.
"Considerando a população vacinada de Belém em comparação
com a população que não se vacinou, o número de óbitos entre os não vacinados é
7,2 vezes maior do que o registrado entre os vacinados", acrescenta a
Secretaria.
De acordo com a Sesma, em 21 de janeiro deste ano, o Pará somava 636.990 casos
confirmados da infecção e 17.272 óbitos acumulados.O município de Belém foi
responsável pela notificação, no painel estadual de monitoramento
(Monitora-Pa), de 17,2% (108.366) dos casos estaduais, e 5.151 óbitos, que
representam aproximadamente 29,8% dos óbitos confirmados por covid-19 no estado
do Pará.
Nova onda
Em razão da aceleração do número de casos de síndrome gripal e da premência na
obtenção e análise dos dados, a Sesma estabeleceu um fluxo interno de
informações que já registra, neste ano 4.984 casos confirmados de covid-19
entre os 56.195 atendimentos de síndrome gripal ocorridos na rede municipal de
saúde.
O órgão municipal repassa
que houve uma diminuição de 96,3% das notificações de casos de covid-19 entre
janeiro (8.051 casos notificados) e dezembro de 2021, quando foram
registrados 298 casos. Até o dia 20 de janeiro de 2022 foram registrados 4.984
casos, uma elevação de 16,7 vezes, indicando que "Belém se encontra em uma
nova onda de casos de covid-19". O registro de óbitos também registra
diminuição entre janeiro e dezembro de 2021, com diminuição de 97%, saindo de
158 óbitos para 11, como informa a Secretaria. Dos 11 óbitos verificados em
Belém no mês de dezembro de 2021, o total se elevou para 22 mortes até 20 de
janeiro de 2022.
No boletim epidemiológico de 21 de janeiro agora é informado que a média móvel diária dos casos de covid-19 dos últimos 7 dias em 1º de janeiro de 2021 foi de 262 casos confirmados, alcançando um pico de 476 casos no dia 18 de março, com diminuição para 4 casos diários no mês de dezembro de 2021. "Em janeiro de 2022, registramos um aumento expressivo do número de infecções em Belém, alcançando a média móvel de 544 casos no dia 20 de janeiro de 2022, a maior média móvel da pandemia de covid-19 já registrada em Belém", aponta o levantamento da Sesma.
Outra informação no boletim é de que a média móvel de óbitos por covid-19 no dia 1º de janeiro de 2021 foi de 4 óbitos diários e alcançou 45 óbitos diários em abril, com diminuição significativa até dezembro de 2021, quando não foram registrados óbitos em 21 dos 31 dias do mês. "Em janeiro de 2022 registramos uma média móvel de 2 óbitos diários no dia 19 de janeiro, com tendência de crescimento".
Foi registrado um aumento de óbitos confirmados por covid-19 entre a 1ª semana
(de 29/12/2020 a 04/01/2021) e a 13ª semana epidemiológica de 2021 (de
28/03/2021 a 03/04/2021), confirmando o pico da onda da pandemia nos primeiros
dias de abril de 2021. "A partir de então, observamos a reversão dessa
tendencia, alcançando um óbito por covid-19 entre os residentes de Belém na 52ª
semana epidemiológica (de 26/12/2021 a 01/01/2022). Na primeira semana
epidemiológica de 2022 (de 02 a 08/01/2022) foram registrados 5 óbitos, na segunda
semana (de 09 a 15/01/22) foram registrados 9 óbitos, e em apenas 4 dias da
terceira semana (16 a 20/01/2022) foram registrados 7 óbitos por COVID-19 entre
residentes de Belém".
Na avaliação dos dirigentes
da Sesma, Belém apresentava um cenário de evidentes melhoras dos indicadores
sobre a situação epidemiológica da covid-19, contudo, possivelmente em razão da
entrada da nova variante Ômicron, houve uma mudança do panorama municipal, com
importante aumento de número de casos (16,7 vezes). Apesar da maioria das
pessoas estarem com sintomas leves, o número de óbitos dobrou em relação ao mês
anterior, assinala o órgão municipal.
A Sesma reitera que "é fundamental que a população, mesmo vacinada,
continue adotando medidas para conter a propagação do vírus na comunidade,
principalmente as medidas de proteção individual e coletiva, como o
distanciamento social, a utilização de máscaras e o uso de álcool 70% ou água e
sabão para a higienização das mãos".
Sesma investe em testagem e campanha para vacinar crianças
Ao ser entrevistado pelo jornalista Abner Luís, no programa "Liberal Notícias", da Rádio Liberal FM, nesta terça-feira (25), o diretor de Vigilância em Saúde da Sesma, Cláudio Salgado, destacou, sobre testagem contra covid-19 que, após o funcionamento de uma central no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, no bairro da Pedreira, onde se constatou o comparecimento em massa de pessoas, a Prefeitura partiu para a diluiçao dos pontos para testes nos bairrros. Assim, os testes são aplicados na rede municipal de Saúde e em locais específicos, como se deu com a testagem nesta terça pela manhã de 600 pessoas, sendo 200 na UFPA - Campus Guamá, 200 na Unifamaz e 200 na Fibra. Esse procedimento vai se manter até esta sexta-feira (28), associando-se a esses três espaços o centro de testagem da Escola da Educação Física/Uepa.
Dessa forma, na quarta, quinta e sexta-feira (dias 26, 27 e 28,
respectivamente), quatro centros de testagem estarão em funcionamento em Belém,
ou seja, são 800 testes por dia.
Vacinação
O diretor Cláudio Salgado explicou que a obrigatoriedade de assinatura pelos
pais de um termo de responsabilidade pela vacinação das crianças não foi criada
pela Sesma, mas pelo Ministério da Saúde (MS) há quando da publicação da Nota
Técnica sobre a aplicação da vacina na faixa etária de 5 a 11 anos. No caso, um
termo de assentimento assinado em tese pelo pai ou mãe. Salgado disse que se a
criança fosse levada para ser vacinada por outro familiar, teria então que se
buscar um termo assinado pelos pais, o que reduziria o ritmo e quantidade de
pessoas vacinadas.
Então, a Sesma pede ao acompanhante da criança para assinar
um termo de autorização e responsabilidade - autorização para se vacinar a
criança e responsabilidade por que a pessoa não pode ter recebido outro
imunobiológico nos últimos 15 dias.
Os responsáveis pela vacinação da criança devem levar ao ponto de imunização ou
ou RG ou CPF da criança ou a Certidão de Nascimento. Em algum eventual evento
adverso relacionado à vacinação pode ser reportado no ponto de vacinação ou em
um posto de saúde, para ser registrado no sistema da Sesma.
Crescente
Cláudio Salgado destacou ter observado uma crescente no comparecimento de
crianças para a vacinação nos últimos dois dias. "Me parece que as
crianças mesmas estão falando umas para as outras: "Olha, vai lá!".
Tem Certificado de Coragem, tem um registro especial que é feito para crianças;
então, tem toda uma atmosfera nisso, as crianças querem se vacinar. Estamos
chamando os pais. Está aquém do que nós podemos vacinar, nós podemos vacinar
muito mais, Nós temos 140 mil crianças para vacinar, mas estamos agora por
volta de 30 mil crianças vacinadas até este momento", enfatizou.
O diretor da Sesma disse esperar que as crianças sejam levadas para a vacinação pelos pais e responsáveis. Ainda nesta terça-feira, a Sesma ficou de soltar uma nota continuando a vacinação ao longo desta semana.
Fonte: OLiberal