Aproximadamente 90 mil crianças e adolescentes estão fora da escola no Pará. É o que aponta levantamento do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Os dados são com base em 2019, sendo que a pandemia de covid-19, em 2020, acabou afastando ainda mais os alunos das escolas. O órgão estadual vai assinar uma parceria com a entidade internacional para reforçar medidas como a Busca Ativa Escolar (BAE), que de janeiro até o começo de maio de 2022, já trouxe 6,7 mil estudantes de volta às aulas.
A assinatura da parceria Trajetórias de Sucesso Escolar (TSE) será nesta terça-feira (10), na Usina da Paz do bairro da Cabanagem. O secretário Estratégico de Articulação da Cidadania, Ricardo Balestreri, apresentará o programa Territórios pela Paz, do Governo do Pará, ao Unicef. Também estará presente a nova coordenadora da entidade internacional no território amazônico, Judith Léveillée.
O projeto TSE tem como objetivo facilitar um diagnóstico amplo sobre a distorção idade-série no país, que é quando um estudante está com dois ou mais anos de atraso escolar. E ainda, oferecer um conjunto de recomendações para o desenvolvimento de políticas educacionais que promovam o acesso, permanência e aprendizagem desses estudantes.
Além das taxas de distorção e índices de abandono e reprovação, o site disponibiliza recortes por gênero, raça e localidade que mostram as relações entre o atraso escolar e as desigualdades brasileiras. Atualmente, aponta o Unicef, 87% dos municípios paraenses já aderiram à estratégia.
Dados do Censo Escolar de 2020, sobre a distorção idade série, mostram que a média brasileira do ensino fundamental, anos finais, era de 25,73% e, do ensino médio anos finais, era de 29,26%. O Pará, no mesmo ano, apresentava uma situação de distorção idade série no ensino fundamental, no anos finais, de 41.02% e no ensino médio, 37,68%.
"Mas é importante registrar que estes números [do Pará] são um importante avanço em relação a 2018, quando era 43,3% e 42,11, respectivamente", ressalta o Unicef em nota.
Fonte: Victor Furtado/OLiberal