Os preços elevados observados nas bombas de combustível não são mais uma novidade para os consumidores, porém, mais recentemente, outra situação pouco comum tem chamado a atenção: o preço do óleo diesel já supera o cobrado pela gasolina. Desde que o reajuste de 14,2% no preço do diesel foi anunciado pela Petrobras, no último dia 17 de junho, o valor nas bombas disparou e o Pará já apresenta a quarta maior média de preço do diesel comum do país. De acordo com o último levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), referente ao período de 19 a 25 de junho, o preço médio cobrado pelo litro do diesel comum no Pará ficou em R$ 7,954, a quarta maior média do país. O Estado ficou atrás apenas do Acre (média de R$ 8,763), da Bahia (R$ 8,072) e de Pernambuco (R$ 8,048).
Quando se analisa o preço máximo encontrado pela ANP, porém, também se verifica a ocorrência de venda do litro do diesel comum por mais de R$8 no Pará. No município de Xinguara, o preço máximo chegou R$ 8,810.
Também na Região Metropolitana de Belém, os valores chamam a atenção dos consumidores. Na manhã do último sábado (25), em um posto localizado na avenida Perimetral com a travessa Enéas Pinheiro, o litro do diesel comum era comercializado por R$ 7,26, superior aos R$ 6,88 cobrado pelo litro da gasolina. Em outro posto, na Estrada Nova, no Guamá, o litro do diesel S-10 era vendido por R$ 7,55, enquanto o litro da gasolina aditivada era R$ 7,19 e da gasolina comum era R$ 7,15.
BOLSO
Diante da necessidade de abastecer o veículo duas vezes na semana com diesel, o engenheiro Antônio Santos, 63 anos, sente os efeitos no bolso. “Essa situação é absurda. Está pesando no bolso, sim, porque chegamos a gastar de R$ 100 a R$ 150 por semana com combustível”.
Mais do que os custos com o transporte, o engenheiro lamenta os possíveis efeitos da alta do diesel em outros setores da economia, sobretudo na alimentação. “A gente sabe que isso tem um efeito direto principalmente no transporte de cargas. Eu trabalho com transportadora fluvial e a gente já observa que aumentou muito o preço do frete para todos os produtos”, considera. “Mas o reflexo principal é em um segmento que, hoje, está absorvendo praticamente tudo o que a gente ganha, alimentação”.
No caso do autônomo Washington Luiz, que pela demanda de trabalho precisa abastecer o veículo com diesel diariamente, ele já até perdeu as contas de quanto gasta com combustível por mês. “Está caro! Aumentou muito mesmo. Até pouco tempo atrás o diesel era mais em conta que a gasolina, mas já superou. Fica pesado para o trabalhador”.
Fonte: Cintia Magno/DOL