Atuação ruim, resultado ótimo.
No peito e na raça. Nos minutos finais, quando tudo parecia perdido, o Remo foi buscar o gol que garantiu sua entrada no G8, apesar da atuação sofrível nos 90 minutos. A torcida que lotou o Baenão teve direito a momentos de muita emoção, a favor e contra, mas conseguiu fazer a festa no final. Poderia ter sido menos sofrido, se o time tivesse um mínimo de organização, coisa que não se viu ao longo dos dois tempos.
A vitória foi empolgante, pelas circunstâncias dramáticas, mas o desempenho deixa mal o técnico Gerson Gusmão, que começou errando ao anular qualquer sentido de criatividade no meio-campo. Escalou Anderson Paraíba após treinar a semana toda com Marciel. O meia mal tocou na bola e foi substituído por Marco Antônio logo no início.
Em jogo tecnicamente fraco, o Remo conseguiu em vários momentos ser inferior a um apenas esforçado Ferroviário. A ausência de armação e o velho problema dos passes laterais sem objetividade tornaram a partida mais complicada do que deveria ser.
Ao longo da primeira etapa, o Remo pressionava aos trancos e barrancos. A bola saía do meio já defeituosa e não chegava limpa aos três homens de ataque. Com isso, o jogo virou um bate-volta permanente. A zaga cearense espanava, a bola subia e a briga se estabelecia no meio-campo.
Coisa feia de ver, com imensa colaboração do Remo, que não acertava nem as cobranças de falta e escanteio – ou a bola ia muito curta ou excessivamente longa. Brenner cansou de ficar esperando a bola que não vinha e passou a sair para os lados e até voltar à linha de meio.
Bruno Alves era o mais acionado e insistente, mas não avançava diante da dupla marcação. Leandro Carvalho levava pancada o tempo todo, mas também exagerava nas quedas. O tempo passava e o torcedor ia se impacientando. Aos 44 minutos, Dudu quase marcou para o Ferroviário em contra-ataque rápido. O goleiro Zé Carlos saiu bem e atrapalhou a finalização.
No minuto seguinte, Brenner recebeu na intermediária e tocou para Bruno Alves na área. Este cruzou baixo para a entrada fulminante de Marco Antonio. O gol foi produto de uma jogada brilhante, que o ataque azulino não repetiu ao longo da partida. É como se o time não treinasse, apenas fizesse aqueles rachões inúteis.
Veio o 2º tempo e o Remo seguiu errando asses e adotando a temerária estratégia de esfriar o embate. Bolas para o lado, para trás e pouca insistência ofensiva. Brenner, lesionado, foi substituído por Vanilson. Leandro Carvalho saiu para Raul entrar, e não fazer absolutamente nada – aliás, ninguém entendeu a escolha de Gusmão, tendo Neto como opção.
O castigo pelo recuo veio a galope. Um erro de Daniel Felipe na saída de bola deu ao Ferroviário a chance de empatar. Zé Carlos, que já havia feito uma defesa milagrosa, quase salvou, mas Ian aproveitou o rebote.
Desesperado, a poucos minutos do fim, o Remo se dedicou a mandar bolas na área. Quase empatou com Marco Antônio e Vanilson. Aos 50’, um balãozinho de Bruno Alves fez o goleiro Jonathan hesitar. Vanilson, atento, recuperou a bola e tocou no canto, desempatando a partida.
No fim das contas, para um time que parece não treinar simulações de jogo, o Remo conseguiu se safar, na bacia das almas, mas deixou a impressão de que terá dificuldades para empreender voos mais ambiciosos na Série C. Mesmo que se classifique, terá pela frente imensos obstáculos – não por conta dos adversários, mas por força de seus próprios erros.
Comentei aqui, na coluna de domingo, a possibilidade do retorno de Ricardinho ao time do PSC para a fase de grupos da Série C. Nada mais longe da realidade. Em nome da informação precisa, deve-se dizer que o volante/meia não voltará a tempo de reforçar o time nos jogos decisivos da briga pelo sucesso. O prazo de cinco meses continua valendo.
Fontes médicas ligadas ao clube garantem que a história de que Ricardinho poderia se recuperar a tempo não passa de factoide ou excesso de otimismo. O atleta, que se recupera de uma cirurgia, ainda nem iniciou a fase de transição para começar a trabalhar com bola.
Há, de fato, uma excepcional aceleração do tratamento, com significativo nível de cicatrização, como existe também um desejo enorme da área médica do Papão para recolocar Ricardinho em condições de atuar. Afinal, ele é o mais caro jogador do elenco – e do futebol paraense atual – com salários girando em torno de R$ 100 mil e direito a alguns privilégios.
No momento, Ricardinho faz musculação e precipitar seu retorno iria constituir um risco tremendo. Caso fosse um atleta mais jovem, sem histórico de contusões, talvez já estivesse treinando com bola.
Segundo as fontes da coluna, a especulação pode também ser um reflexo da fogueira de vaidades que por vezes acomete quem trabalha com futebol dentro de um clube de massa. Como se vê, nada tão esotérico assim.
Três medalhas de ouro, duas de prata e cinco de bronze foi o resultado alcançado pelos atletas de tênis de mesa do Pará no grande torneio Challenger Plus, realizado no Rio de Janeiro, semana passada.
Atletas filiados à associação paraense da categoria, da Assembleia Paraense e de Barcarena, com apoio da Seel, que bancou viagem e hospedagem, somaram pontos valiosos para o ranking nacional e colocaram em evidência a modalidade.
Fonte: Gerson Nogueira/DOL