Uma manifestação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Estado do Pará -Sintepp, na praça da Matriz , no final da manhã desta quarta feira (10), em Castanhal, no nordeste do estado, deu início à paralisação oficial do professores da rede municipal. De acordo com o Sintepp, entre as principais justificativas do movimento para a suspensão das atividades estão a falta da correta contribuição patronal ao IPMC e também de pagamento dos devidos parcelamentos. A dívida de 2021 soma mais de R$ 60 milhões e, até abril de 2022, já ultrapassava R$ 16,5 milhões. Os professores cobram, ainda, o reajuste do piso salarial de acordo com a lei federal.
Em nota, a Prefeitura de Castanhal informou que foi surpreendida com o comunicado do Sintepp sobre a greve. De acordo com o procurador geral do município, Diego Magno, o ato está fora da legalidade, seja quanto à forma de decisão e convocação da classe para decidir sobre a deflagração de greve, seja pela comunicação feita à prefeitura sem cumprir os requisitos legais e, principalmente, por inexistir motivação para a suspensão das atividades.
De acordo com a prefeitura, a categoria teve o salário ajustado em 2022, de acordo com os limites orçamentários do município, e tem um dos maiores vencimentos base do estado.
A prefeitura ingressou com medida judicial no Tribunal de Justiça do estado do Pará requerendo a nulidade da greve. O pedido foi acolhido e a greve foi declarada ilegal. A decisão foi tomada pela desembargadora Elvina Gemaque Taveira, que determinou o retorno imediato dos professores às escolas sob pena de multa diária ao Sintepp estimada no valor de R$ 3 mil.
Pais de alunos vêem a situação com preocupação
Antônio Alves ressalta que os filhos já foram prejudicados com a pandemia e que as crianças não podem mais ficar sem estudar. “Eles acabaram de voltar para as aulas presenciais e estão com muitas dificuldades. Tenho duas crianças que dependem da rede pública e por isso fico revoltado com esses professores”, disse.
Mãe de três meninos da rede municipal, a dona de casa Ivanilda Alves diz que está preocupada com os estudos dos filhos. Para ela a greve é ruim para todos os envolvidos. “Sei que os professores devem ser valorizados com bons salários e respeito, mas tem que ter outra forma de reivindicar os direitos deles sem prejudicar as crianças. Sou mãe de três estudantes e fico muito chateada com isso”, contou.
Fonte: Patrícia Baía/OLiberal