A partir de 15 de agosto até 15 de outubro, a Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) realizará a Etapa Marajó da Campanha de Vacinação Contra a Febre Aftosa. A expectativa é de vacinar animais de todas as idades em 15 municípios do arquipélago. A meta da agência é vacinar cem por cento do rebanho bovino e bubalino. No ano passado, o índice de cobertura vacinal do rebanho do Marajó ficou em 98,70%. A ilha do Marajó tem o maior rebanho bubalino do País, sendo o município de Chaves o maior produtor.
Essa etapa da vacinação é realizada apenas uma vez ao ano por causa das condições geográficas do arquipélago, que passa boa parte do ano alagado, com acesso difícil às propriedades. O trabalho é um dos mais longos, com a vacinação estimada para 60 dias.
Peculiaridades do arquipélago
Fiscal Estadual Agropecuária, Joélia Guerra, que é médica veterinária do programa de erradicação da febre aftosa explica que o Marajó que durante o inverno amazônico, com as terras alagadas, os animais não podem ser arrebanhados. “Há locais que ficam inacessíveis por um período do ano e, por isso, é feita uma etapa única de vacinação. O Marajó não tem cercas, as propriedades não são delimitadas, porque, quando enche o pasto é coberto de água e os animais podem ficar presos nas cercas e morrer afogados”, explica.
De acordo com a médica veterinária, em alguns municípios, como Salvaterra, onde existem pelo menos 300 propriedades de pequenos produtores cadastradas – com criações de até 20 cabeças de gado - a agência fará a “agulha oficial”, uma vacinação de responsabilidade do Serviço Veterinário Oficial, em que os produtores recebem vacina doada pela Adepará.
Quais municípios são contemplados?
Os municípios contemplados na Etapa Marajó são Afuá, Anajás, Bagre, Breves, Cachoeira do Arari , Chaves, Curralinho, Melgaço, Muaná, Ponta de Pedras, Portel, Salvaterra, Santa Cruz do Arari, São Sebastião da Boa Vista, Soure.
A Adepará observa que os produtores rurais devem notificar que realizaram a vacinação do rebanho até o dia 30 de outubro de 2022. O Pará, juntamente com Amapá, Amazonas e Roraima, integra o Bloco II do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (Pnefa).
O Programa tem como estratégia principal a manutenção de zonas livres da doença, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). O Pnefa exige análise de cenários e esforços das iniciativas públicas e privadas para que, até 2026, a vacinação da Aftosa seja suspensa em todo o País.
“Estamos no processo de substituição da vacina. Porém, para tornar o Pará livre da febre aftosa sem vacinação será preciso manter essa vacinação ainda neste ano. Faz parte desse processo que a gente consiga manter os nossos índices vacinais para que a OIE aceite o nosso pleito de retirada da vacina. O que fez com que a gente chegasse ao status que estamos hoje, de não haver vírus circulando, foram as vacinações que nós fizemos. Hoje não temos registro de casos de febre aftosa devido a todo trabalho de imunização que fizemos ao longo desses anos, para mantermos isso após a retirada da vacina será preciso darmos continuidade no controle sanitária do rebanho e no trânsito dos animais, produtos e subprodutos”, garante a veterinária.
Fonte: OLiberal