A procura continua aquecendo o segmento de motocicletas em todo o país. Para atender a grande demanda, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) reformulou a projeção de vendas para 2022. Agora, estima-se que sejam produzidas 1,3 milhão de unidades até o final deste ano no Brasil.
Fatores como a inflação, desemprego, alta no preço dos combustíveis e o avanço dos serviços de entrega têm puxado para cima os indicadores no Polo Industrial de Manaus (PIM). Com a nova divulgação da Abraciclo, o volume ficou superior a 10,5% se comparado ao ano de 2021, responsável por colocar 1,2 milhão de veículos nas ruas.
Só nos seis primeiros meses de 2022 foram produzidas um número superior a 671 mil moto no PIM, ou seja, 18% a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado. Os dados computados apresentam o melhor resultado para os seis primeiros meses do ano desde 2015, afirma a Abraciclo.
No Pará, de acordo com dados mais recentes do Ministério das Cidades, por meio do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), entraram em circulação mais de 48 mil novas motocicletas só em abril. Essa média se mantém nos meses subsequentes até junho, fechando o relatório do primeiro semestre de 2022.
Wallace Correia, de 24 anos, comprou uma moto de 125 cilindradas após perder o emprego formal. “Hoje eu trabalho em um aplicativo de entregas de alimentos e essa foi a forma que encontrei para sustentar a minha casa. A moto é mais barata que o carro, consome menos gasolina e a manutenção é muito mais em conta”, explicou.
Em junho, a Abraciclo informou que foram emplacadas 100.499 motocicletas de baixa cilindrada (até 160 cilindradas), volume que corresponde a 83,1% do mercado. Em segundo lugar ficaram os modelos de 161 a 449 cilindradas, com 16.275 unidades licenciadas. Acima de 450 cilindradas totalizou 4.067 motos licenciadas..
A principal justificativa é que esses modelos (novos ou usados) são mais baratos e por serem menos potentes, consomem menos combustível, ideais para quem precisa trabalhar com entregas. Outro detalhe está na manutenção, que apresenta um preço mais em conta, tanto na mão de obra, como em peças.
Fonte: Diego Monteiro/DOL