De janeiro a 10 de agosto de 2022, foram confirmados 3.650 casos de dengue no Pará, segundo informou a Secretaria de Estado da Saúde do Pará (Sespa) à reportagem de O LIBERAL. No mesmo período de 2021, haviam sido confirmados 2.293 casos. Ao serem comparados, os índices correspondem a um aumento de cerca de 60%. Tanto em 2022, quanto o ano de 2021 registraram uma morte. Parauapebas, Conceição do Araguaia e Santarém, são os municípios com maior número de casos de atualmente, ,segundo a Sespa, que não detalhou o número de casos por município.
As arboviroses são doenças causadas por vírus transmitidos, principalmente, por mosquitos. As mais comuns em ambientes urbanos são: dengue, zika e chikungunya. Os vírus causadores dessas doenças são transmitidos por Aedes aegypti. Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, entre 2 de janeiro e 18 de junho de 2022, foram registrados 1.172.882 casos de dengue no Brasil, o dobro de notificações registradas ao longo de todo o ano passado: 534.743.
Para se prevenir e impedir que sua família seja infectada, Maria Mesquita, 63 anos, cuida da sua residência, a mantendo sempre desinfetada e sem água parada em recipientes. Ela mora há 26 anos no bairro do Curió Utinga, em Belém, e diz que a maior preocupação é com os canais abertos da área e com a falta de educação de algumas pessoas. “Minha casa sempre está limpa, nunca deixo água parada nos vasos das plantas. Agora é difícil morar perto de canais, onde a proliferação é grande. E ainda tem gente que joga pneus na rua, eles acumulam água”, disse a moradora.
Os bairros periféricos brasileiros são as áreas mais vulneráveis para proliferação de arboviroses devido à baixa presença de um sistema de saneamento básico eficiente. No entanto, no Curió Utinga, algumas pessoas se mobilizam do jeito que podem para reverter essa situação. Assim como é comum encontrar pneus abandonados no bairro, também é fácil encontrar vasos de plantas feitos com pneus reaproveitados.
Dados da capital paraense
Em Belém, os bairros com maiores números de casos confirmados são: Terra Firme (31), Marambaia (21), Guamá (15) e Pedreira (9). Até a semana 30 deste ano, foram registrados 156 casos confirmados, 532 notificações, 342 descartados e 34 em análise, conforme informou a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) à reportagem. Comparando com a mesma semana do ano de 2021, houve uma redução nos casos confirmados, algo correspondente a 69,23% nos casos de dengue.
Nos casos de chikungunya, a capital paraense registrou cinco casos confirmados em 2022, além de 132 notificações, 97 descartados, e 30 estão em análise. Comparando o mesmo período do ano anterior houve uma redução nos casos confirmados, algo que corresponde a 79,16%. Se tratando de Zika vírus, até o momento não há nenhum caso confirmado, segundo a pasta.
A Sesma informou por meio de nota que segue com as visitas das equipes de combate e controle à dengue nas residências de Belém com as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti e com as orientações para a população no combate à proliferação do mosquito. “As unidades básicas de saúde seguem disponíveis para o diagnóstico e tratamento, tanto da dengue quanto das demais arboviroses”, diz o comunicado.
Fonte: Fábyo CRUZ/OLiberal