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Agropecuária paraense tem superávit no comércio exterior

Publicada em 06/09/22 às 08:45h - 59 visualizações

por Rádio Nativa FM 92.5 Irituia


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 (Foto: Rádio Nativa FM 92.5 Irituia)

O Ministério da Economia divulgou os resultados estatísticos das exportações do segmento agropecuário brasileiro, de janeiro a julho, do ano de 2022, e, entre as informações, os dados mostram o avanço da agropecuária paraense. As exportações de soja cresceram 63,2%, as de animais vivos aumentaram 305%, produtos agropecuários 117%, e também as exportações de especiarias subiram (64,7%), na comparação com o mesmo período do ano de 2021.

Ainda, sobre o levantamento do Ministério da Economia, os números mostram que as importações de adubos e fertilizantes tiveram crescimento de 236% no mesmo no período, ou seja, até julho deste ano, o que mostra o incremento do setor no Estado.

No Pará, lideranças do setor receberam os dados com entusiasmo, mas não com surpresa. Eles argumentam que o segmento tem potencial para destaques maiores. O presidente do Sindicato da Carne e Derivados do Pará (Sindicarne), Daniel Acatauassu Freire, disse que os números do Ministério da Economia estão dentro do esperado.

"O Pará vem colhendo os frutos das medidas tomadas ao longo dos últimos anos, com objetivo de se destacar nos cenários nacional e internacional, como grande produtor de carne e com compromisso socioambiental", frisou o titular do Sindicarne.

Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Carlos Xavier, a exuberância dos recursos naturais do estado, como água, áreas disponíveis, temperatura equilibrada, sem extremos de geadas e secas, permitem, portanto, que o Pará alcance posição de destaque nacional no Brasil.

"Temos tudo para ser o primeiro estado em desenvolvimento do Brasil, contribuindo com a segurança alimentar do povo paraense, do país e do mundo, de forma geral", afirmou o presidente da Faepa.

 

Carne bovina fresca teve superávit

De acordo com o Sindicarne, o Pará é o sétimo exportador nacional de carne bovina, e o quinto maior abatedouro de bovinos e bubalinos do Brasil, o que corresponde a 9,54% do total abatido. Segundo a Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adepará), o rebanho paraense é de 24.186.361 cabeças de bovinos e bubalinos.

No caso específico de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada, o setor estadual fechou o 1º semestre com superávit, com saldo de US$ 385 milhões, um aumento de 41,8%. O segmento responde por 5,74% das exportações totais do agropecuário local.

"As indústrias do Pará estão plenamente aptas para atender ao exigente mercado internacional. É importante mencionar que antes de exportar, a planta de uma indústria é avaliada pelos órgãos do governo e, dependendo do país importador, por comissão desse país", enfatizou Daniel Freire.

 

China e Hong Kong

O titular do Sindicarne assegurou que o mais importante para a indústria agropecuária local, a médio prazo, é diversificar o destino das exportações, hoje concentradas na China e Hong Kong, que detém juntas 73% da carne que o Pará exporta. "Isso cria uma dependência muito grande com aquele país", salientou Acatauassu Freire.

"Atualmente, o Pará só exporta 10% do que produz, consome 25% e consequentemente dispõe de plenas condições de exportar muito mais do que o faz, hoje, sem prejuízo do consumo interno, que aliás tem tido considerável queda nos últimos anos, passando de 40 kg para 24 kg per capita", disse ele.

Tanto Daniel Acatauassu Freire quanto Carlos Xavier afirmaram que as indústrias do Pará fazem frente às mais modernas do mundo, contudo, ainda enfrentam certa desaprovação socioambiental.

"O agronegócio é a base para toda economia. Você não tem o processamento do vinho se não tem a uva; não os alambiques de cachaça se não tiver a cana; o sapato, sem o couro: a camisa, sem o algodão; então, o agronegócio é o princípio da economia'', disse Carlos Xavier.

Daniel Freire ponderou o seguinte, "o nosso problema é convencer o mundo de que nossa produção atende aos critérios de governança, meio ambiente e social, ou seja, atende aos critérios ecológico, social e ambiental. Feito isso, espera que possa vir a ter um crescimento de suas exportações, compatível com sua produção''.

"Nosso Código Florestal é rígido. Nós só utilizamos, para atividades econômicas, até 35% do nosso território, 65% (restante) é o maior ativo natural que o mundo tem, que é só floresta, e que contribui com aqueles que fazem o aquecimento global, quando nós fazemos o inverso", afirmou o presidente da Faepa, Carlos Xavier.

 

Fonte: Valéria Nascimento/OLiberal




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