A ex-secretária estadual de Cultura, Ursula Vidal, e o ex-deputado federal, Arnaldo Jordy, vão integrar a equipe de transição para o futuro governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que assumirá em 1º de janeiro de 2023. Ursula Vidal vai contribuir com o Grupo de Trabalho (GT) de Cultura, enquanto Arnaldo Jordy com o GT do Meio Ambiente.
Em entrevista exclusiva à reportagem do Grupo Liberal, na noite desta segunda-feira (28), eles comentaram sobre as novas atribuições frente ao governo federal. “Representar a Amazônia nesse GT tão importante, já que as políticas culturais foram destroçadas no governo Bolsonaro, reforça uma responsabilidade que eu já vinha assumindo, quando estive na presidência do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura", afirmou Ursula, que é jornalista de formação.
“Como amazônidas, temos uma missão permanente de garantir equidade no planejamento e nas ações, regionalizando e capilarizando cada vez mais a presença do MINC (Ministério da Cultura) no Brasil profundo”, observou ela.
Rede de apoio civil e institucional
Ursula Vida informou que o GT de Cultura vem sistematizando diagnósticos, realizando escutas e colhendo contribuições. “A própria Amazônia não tem uma realidade uniforme. Vamos precisar do apoio da sociedade civil, das instituições de pesquisa, dos coletivos, conselhos, fóruns, associações e entidades representativas para mapear as deficiências e lacunas históricas. E propor mecanismos e arranjos que dinamizem as parcerias e a cooperação”, acrescentou.
De acordo com Ursula, serão produzidos dois relatórios, um preliminar e um relatório final. “Além da desidratação estrutural do que sobrou do antigo MINC, há um travamento das políticas federais de cultura, principalmente no fomento. É trabalho duro”, ponderou a paraense.
Arnaldo Jordy, que é advogado, informou que recebeu o convite diretamente do senador Jorge Viana (PT), coordenador do GT do Meio Ambiente na transição. Jordy já assinou documentos e disse que está integrado a um grupo de WhatsApp que vem dialogando algumas ideias e tem uma reunião proposta para esta semana. A princípio, o encontro poderá ser virtual e voltado para o alinhamento de eixos temáticos, informou ele.
Perguntado sobre o que pretende articular, no GT do Meio Ambiente, Jordy comentou sobre dois encaminhamentos. Ele defende, de início, um "pente-fino" sobre atos administrativos, considerados lesivos e restritivos à proteção do meio ambiente, e a imediata revogação deles, para a restituição da normalidade.
A segunda proposição de Jordy busca o protagonismo do Brasil e da Amazônia diante dos compromissos assumidos na Conferência do Clima (COP 27) no Egito. “Para a Amazônia, é necessário pensar um desenvolvimento alternativo ao modelo agrominerador exportador com pouca agregação de valor como se vê na região”, enfatizou Arnaldo Jordy.
Fonte: Valéria Nascimento/OLiberal