Na tarde deste sábado, 6, ocorreu a certificação do Projeto "Alfabetiza Belém", que formou uma turma composta de 24 custodiados da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), internos do Centro de Recuperação de Mosqueiro (CRMO). A certificação ocorreu de forma simbólica e a turma foi representada pelo interno Renan Araújo da Silva.
Promovido pela Secretaria Municipal de Educação de Belém (Semec) e executado em parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o projeto utiliza o método "Sim, Eu Posso!", cuja proposta é socializar o processo de alfabetização a partir das tradições culturais, identidade e do conhecimento construído pelos educandos ao longo de suas vidas.
Diretor do CRMO há 4 anos, Abedolins G. Xavier diz sentir-se grato pelo trabalho desenvolvido pela Seap e a Semec. “Não tenho palavras para expressar a felicidade de ver pessoas que não sabiam nem escrever o próprio nome e hoje já estão fazendo cartas. Esse trabalho é importante porque permite que os internos possam sair do cárcere com uma perspectiva melhor por conta da educação”, comenta.
As aulas aconteceram no período de novembro de 2022 a março de 2023, a turma do CRMO teve 24 custodiados que agora já conseguem ler e escrever. Ainda neste mês de maio, haverá uma celebração de certificação na unidade prisional para todos os alunos que participaram do curso.
Parceria - Segundo Patrícia Sales, coordenadora de educação prisional da Seap, a parceria com a prefeitura permitiu ampliar as turmas de alfabetização no cárcere.
“Nós já tínhamos o projeto de alfabetização nas unidades através da parceria com o Instituto Brasileiro de Educação Ambiente (Ibraema), mas com o Alfabetiza Belém nós aumentamos as turmas e implantamos nas unidades prisionais do Coqueiro, Icoaraci e Mosqueiro. Isso possibilitou uma qualidade maior na alfabetização das pessoas privadas de liberdade”, afirma Patrícia.
De acordo com a titular da Semec, Araceli Lemos, o projeto é uma prioridade da prefeitura. “Não é só ensinar uma pessoa a ler e a escrever, é muito mais que isso, é descobrir a capacidade de dialogar com qualquer autoridade, fazer as cobranças devidas, e ajudar a construir o mundo novo que nós estamos”.
Aos 33 anos, Renan Araújo da Silva foi o escolhido para representar a turma durante a cerimônia. “Foi muito gratificante poder participar desse projeto, ele foi muito bom tanto para mim, quanto para os meus companheiros. Tive a oportunidade de viver uma transformação através do estudo e do aprendizado da língua portuguesa,” conta o interno.
Fonte: Agência Pará