Após quase três meses de caso atípico do “mal da vaca louca” registrado no Pará, o governo do Catar derrubou as restrições impostas e voltará a importar carne bovina do Brasil. O anúncio foi realizado nesta terça-feira, 30, pelos ministérios brasileiros da Agricultura e de Relações Exteriores.
A exportação do produto estava barrada no Catar desde o início de março, quando um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina, conhecida popularmente como “mal da vaca louca”, foi registrado no Pará.
Com a confirmação do caso em 22 de fevereiro, vários países como a Arábia Saudita, Palestina, Jordânia, Malásia, China e Rússia deixaram de importar o produto, mas aos poucos voltaram a comparar a carne bovina brasileira após a confirmação do caso isolado.
Confirmação do caso
A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) confirmou no dia 22 de fevereiro, que foi positivo o resultado do caso suspeito de Encefalopatia Espongiforme Bovina numa pequena localidade do sudeste paraense, em uma propriedade que tem 160 cabeças de gado – já isolada pela Agência. A propriedade foi inspecionada e interditada preventivamente.
A sintomatologia indica que se trata da forma atípica da doença, que surge espontaneamente na natureza, não causando risco de disseminação ao rebanho e ao ser humano.
Para confirmar esta situação de isolamento e controle, amostras foram enviadas para laboratório no Canadá para tipificação do agente, se clássica ou atípica.
Conforme a nota divulgada pelo Estado, “o governo está em contato permanente com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e trata do tema com transparência e responsabilidade”.
O que é a doença?
A doença popularmente conhecida como mal da “vaca louca” é uma enfermidade é fatal e acomete bovinos adultos de idade mais avançada, provocando a degeneração do sistema nervoso. Sendo assim, uma vaca que, a princípio, era considerada calma e de fácil manejo, por exemplo, se torna agressiva, daí o apelido do distúrbio.
A doença é causada por uma proteína infecciosa chamada príon. O príon já é presente no cérebro de vários mamíferos naturalmente, inclusive no do ser humano, contudo, ele pode se tornar patogênico ao adotar uma forma anormal e se multiplicar demasiadamente.
Deste modo, o príon mata os neurônios e no lugar aparecem buracos brancos no cérebro, por isso o nome da doença de “espongiforme”, pois os buracos têm a forma semelhante a de uma esponja.
Fonte: Cassio Leal/RomaNews