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Mais de 200 espécies da fauna amazônica estão em ameaça de extinção, aponta ICMBio

Publicada em 22/08/23 às 08:14h - 37 visualizações

por Rádio Nativa FM 92.5 Irituia


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 (Foto: Rádio Nativa FM 92.5 Irituia)

Na Amazônia, 225 espécies da fauna estão em situação de ameaça de extinção — esse número corresponde a 3,3% das espécies do bioma amazônico. Desse total, 169 tipos — entre aves, mamíferos, répteis, entre outros — estão no Pará. Os dados são do Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade (Salve), lançado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Entre os animais em risco estão: onça-pintada, tamanduá-bandeira, peixe-boi-da-amazônia, ararajuba e a anta, classificados como “vulneráveis”. Já espécies de peixe como Acari, estão “criticamente em perigo”.

Também de acordo com o balanço do ICMBio, em todo o país, quase 1.300 animais da fauna dos sete biomas do país — Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal e Marinho — estão em situação de ameaça. Somente na região amazônica, o panorama das espécies que se encontram nas três subclassificações de risco está distribuído da seguinte forma: 139 espécies categorizadas como “vulnerável”; 48 “em perigo”; e 38 “criticamente em perigo”.

Já no Pará, 105 tipos estão apontados como “vulnerável”; 33 em “perigo”; e 31 “criticamente em perigo".A pesquisadora da área de zoologia, Marlucia Martins, do Museu Paraense Emílio Goeldi, aponta que o cenário atual representa riscos para a biodiversidade da região amazônica e alerta para os consequências da extinção. “Cada vez que uma espécie se extingue num determinado local reduz a biodiversidade. Conforme alguma espécie é retirada, mesmo que seja de um local ela vai alterar todas essas relações que existem entre as espécies. Então, nós podemos ter o risco que outras espécies entrem também em declínio ou até extinção naquele local por conta da perda de uma”, explica a pesquisadora.

“Vamos supor que uma espécie seja polinizadora de várias plantas. Se essa espécie é extinta, essas plantas não terão mais aquele organismo que leva o pólen de uma flor para outra, ou seja, essas espécies de planta não terão mais como se reproduzir naquele local. O que vai acontecer? Essas plantas vão se extinguir também. Cada vez que uma espécie é perdida, muitas outras poderão ser afetadas, chegando até a extinção ou ao prejuízo das suas funções ecológicas e biológicas. A perda de animais leva à redução das plantas”, destaca Marlucia.

Marlucia Martins, pesquisadora da área de Zoologia do Museu Paraense Emílio GoeldiMarlucia Martins, pesquisadora da área de Zoologia do Museu Paraense Emílio Goeldi ()ImpactosAs implicações causadas pela possível extinção da fauna amazônica se tornam ainda mais preocupantes já que esse processo é irreversível, de acordo com a pesquisadora. “A extinção é algo muito sério porque ela não afeta só não é só aquelas espécies que saiu do sistema, mas todo o sistema pode ficar comprometido por conta de uma extinção. São os serviços ambientais é tudo que a natureza nos oferece para o benefício da vida humana. Para a Amazônia, de um modo geral, a perda de espécies vai representar essa redução gradativa dos serviços que a Amazônia presta ao mundo, à população local e aquilo que a Amazônia de fato é”, alerta.

“Os impactos possíveis da perda de espécie vão variar bastante, conforme as peças que estão sendo perdidas e como elas funcionam no sistema. Se você perde, por exemplo, espécies de peixes, você vai ter um efeito grande na forma aquática que pode prejudicar várias outras. Então, você pode ter por exemplo uma redução total da pesca num determinado local. Se você perde uma espécie de árvore, poderá reduzir a alimentação humana, se essa árvore produzir frutos ou poderá prejudicar o próprio comércio de produtos naturais. De um modo geral, a gente sempre vai perder benefícios da natureza”, considera Marlucia.

Ações humanas

Marlucia lembra que o desaparecimento de espécies é um fenômeno comum na natureza, mas que esse processo natural pode levar milhares de anos. Essa mudança, sem qualquer interferência do homem, é provocada a partir de fatores relacionados aos próprios animais, como a adaptação ao meio em que vivem. No entanto, as ações externas têm condicionado, ainda mais, essa perda ambiental ao longo dos anos, como assegura a pesquisadora.“A forma com que o homem atua na natureza, a domesticação de alguns animais, a própria agricultura, o cultivo de animais, todas as ações humanas têm condicionado a extinção de espécies. Ou pela caça exploratória excessiva, pelos processos de poluição das águas. Principalmente nos ambientes aquáticos, a poluição tem um efeito devastador”, relata a pesquisadora. Entre outras ações a “mudanças ao uso da terra, retirada de florestas para colocar pastagens, a monocultura, a mineração porque retira floresta, escava o solo, destrói, degrada todo o solo”.

Todos esses impactos já são históricos, lembra a bióloga. “Nós vivemos hoje, e já há algumas centenas de anos, o que a gente chama de crise da biodiversidade, que é um declínio constante e intenso do número de espécies que existem no planeta. “A urbanização é um processo, também, onde fica claro que onde a gente entra, como ser humano, onde a gente se estabelece, nós excluímos muitas outras espécies. Poucas espécies conseguem sobreviver e resistir ao ambiente urbano”, frisa.

“O que nós podemos fazer diante disso é procurar rever, repensar algumas das nossas formas de atuar. Seja cultura, na mineração, na busca de produção de energia, na própria urbanização, na nossa forma de viver, como a gente organiza os espaços urbanos”, complementa a especialista. Já em termos de políticas públicas, Marlucia pontua o que pode ser feito: “ações que forem possíveis, de comando e controle, no sentido de reduzir as ilegalidades, as explorações ilegais, a caça, o transporte ilegal de animais e de materiais da floresta”, analisa.

Por outro lado, o combate ao desmatamento deve ser uma das principais medidas, segundo a pesquisadora. Marlucia destaca, ainda, que é importante inserir a população em todo esse processo de cuidado com o meio ambiente. Entre as ações: “incentivos às boas práticas agrícolas e às populações que mantém as florestas em pé, para que eles tenham como comercializar produtos sem depender de atravessadores. E pagamentos de serviços ambientais para todas as pessoas que vivem e dependem da floresta”, afirma

Em nota, a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), informou que atua na fiscalização de programas e projetos referentes à fauna silvestre em empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental. "Além disso, executa diversas ações de fiscalização quanto ao tráfico, maus tratos e abuso de animais silvestres, inclusive com a aplicação de penalidades administrativas, com o objetivo de proteger os recursos da fauna amazônica", detalhou a nota.Já o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), também por meio de nota detalhou que tem realizado diversas ações para preservar a fauna amazônica. Entre as iniciativas:

"o Projeto de Reintrodução e Monitoramento de Ararajubas, o qual já devolveu aos céus da Grande Belém mais de 55 aves que, até pouco tempo, eram consideradas extintas por instituições de pesquisa. Outra medida tem sido a proteção dos ninhos de tartarugas marinhas na Praia do Atalaia, em Salinópolis que, somente em 2023, já garantiu o nascimento de 500 filhotes no local", informou o comunicado. "Com relação às políticas públicas, o Ideflor-Bio ressalta que tem cumprido suas competências como órgão responsável por realizar e elaborar projetos de conservação da fauna.

Recentemente, o Instituto assinou um convênio para atualizar a Lista de Espécies da Flora Ameaçada de Extinção do Pará e, em breve, fará a atualização da Lista de Espécies da Fauna Ameaçada de Extinção do Pará", completou a nota do Ideflor-Bio.Espécies da fauna ameaçadas de extinção na AmazôniaCriticamente em Perigo (CR): 38 espéciesEm Perigo (EN): 48 espéciesVulnerável (VU): 139 espéciesTOTAL: 225 espécies ameaçadas ( 3,3% das espécies do bioma amazônico)*Fonte: ICMBio(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão de João Thiago Dias, coordenador do Núcleo de Atualidades)

 

Fonte: Gabriel Pires /OLiberal




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