Neste segunda-feira, 6, é lembrado o Dia da Malária nas Américas e a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Coordenação Estadual de Controle da Malária, considera a data oportuna para reforçar a importância da conscientização, prevenção e tratamento da doença.
Os dados no Pará indicam que entre janeiro e setembro deste ano houve redução de 7,5% de exames notificados de malária quando comparados aos primeiros nove meses de 2022. A ocorrência de casos corresponde principalmente aos municípios de Jacareacanga, Itaituba, Anajás, Breves, Altamira, Almeirim, Chaves, Afuá, Curralinho e Cumaru do Norte, que juntos contribuem com aproximadamente 95% dos casos da doença no Estado.
As ações desenvolvidas pelo Governo do Estado, por meio da Sespa, em conjunto com os 144 municípios paraenses, prosseguem na vigilância constante dessa endemia e na facilitação do acesso ao diagnóstico e ao tratamento imediato dos casos suspeitos da doença, além do combate ao transmissor da malária.
Sintomas e tratamento - A malária é causada por um parasito transmitido pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, que se infecta ao picar uma pessoa doente. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre alta, calafrios, tremores e sudorese. Outros sintomas que podem aparecer inicialmente são náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.
O diagnóstico pode ser feito por meio de gota espessa ou teste rápido. A gota espessa é obtida com amostra de sangue colhida diretamente por punção digital.
A malária tem cura e o tratamento é eficaz, simples e gratuito. Entretanto se não for diagnosticada e tratada de forma oportuna e adequada, pode evoluir para as suas formas graves. Daí a importância de a pessoa, que tenha viajado, nos últimos 15 dias, para uma área endêmica de malária, procurar imediatamente o serviço de saúde assim que apresentar algum desses sintomas.
O tratamento é feito de acordo com o peso do paciente e espécie parasitária, podendo ser por P. vivax, P. falciparum ou mista. Com resultado positivo para malária, o paciente recebe os medicamentos e inicia imediatamente o tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É importante que o paciente complete o tratamento mesmo já estando sem sintomas, para que alcance totalmente a cura.
As principais medidas preventivas são instalar telas em portas e janelas da casa se possível; evitar construir casas perto de matas e igarapés, pois são locais onde o mosquito vive e se reproduz, e usar mosquiteiros e repelentes.
Segundo a coordenadora estadual de Controle da Malária, Paoola Vieira, do total de casos ocorridos entre janeiro e setembro deste ano, 5.229 ocorreram em área de garimpo, 6.268 em área rural, 3.207 em área indígena, 650 em ambiente urbano e 11 em assentamento.
Ações da Sespa - A Sespa continua intensificando as ações de forma complementar para garantir o controle e reduzir a carga da doença. Porém, é importante dar sustentabilidade a essas ações e manter a vigilância, assim como também sensibilizar a gestão local.
Entre as ações realizadas entre janeiro e setembro deste ano merece destaque a distribuição de 24.800 testes rápidos aos 13 Centros Regionais de Saúde e o envio de 10.050 mosquiteiros, no formato cama de casal, impregnados com inseticida de longa duração (MILD), distribuídos entre o 7º, 8º, 9º, 10º e 13º Centros Regionais de Saúde, com base em critérios como casos notificados por localidade, número de prédios e da população afetada.
No que tange ao uso de inseticidas para combate ao mosquito, Paoola Vieira explicou que existem dois tipos de borrifação: a intradomiciliar, na qual são borrifadas as paredes internas das residências e onde o inseticida persiste atuante por até quatro meses, sendo assim a mais eficaz. “A outra é a nebulização espacial extradomiciliar, que é indicada como última estratégia de controle, e quando há estudo prévio do comportamento desse vetor na área. Ela só deve ser utilizada quando há alta densidade de mosquitos na área externa da casa, que, na maioria das vezes, ocorre em período noturno”, concluiu.
Para também combater a doença, a Sespa também distribuiu 785.805 comprimidos de medicamentos antimaláricos aos 13 Centros Regionais de Saúde, a fim de atender as Secretarias Municipais de Saúde conforme as demandas.
Prosseguem também o assessoramento técnico nas ações de investigação e controle de casos, com capacitações realizadas pela Sespa, com apoio do Laboratório Central do Estado (Lacen) em diversos municípios e dezenas de participações de técnicos da Coordenação de Malária em capacitações sobre a doença, em articulação com dos demais entes federativos.
Fonte: Agência Pará