O Pará imunizou somente 8,36% da meta de 90% para grupos prioritários da campanha de vacinação contra a Influenza, como apontam dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Isso corresponde a um total de apenas 248.734 pessoas vacinadas. A campanha de vacinação encerra na próxima sexta-feira (15). No entanto, a Sespa informou que ainda não recebeu orientação do Ministério da Saúde sobre prorrogação da campanha no Estado. Em Belém, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informa que até às 12h54 desta terça-feira (12), foram vacinadas 73.931 pessoas dos grupos prioritários contra a Influenza, o que corresponde a 14% da cobertura vacinal.
A meta é vacinar 530 mil pessoas dos grupos prioritários. Também segundo a Sesma, já que a meta não foi alcançada e a procura está baixa pelos grupos prioritários, o município deve prorrogar a campanha de vacinação e adotar novas estratégias para que a população seja alcançada. A Sesma reforçou que a vacina encontra-se disponível em todas as Unidades Básicas do município, de segunda a sexta-feira, no horário das 8h às 17h.
Segundo a Sespa, ainda que as campanhas de vacinação sejam de responsabilidade dos municípios, a secretaria orienta e estimula todos eles a disponibilizarem espaços e horários diferenciados para facilitar a vacinação dos grupos prioritários. Além disso, haverá novas estratégias para a busca ativa de pessoas residentes em áreas de difícil acesso. A campanha de imunização contra a Influenza iniciou no dia 13 de novembro em todo o Estado. VEJA MAIS
Alerta
Para o infectologista, Caio Botelho, de Belém, a baixa adesão vacinal é um cenário preocupante. “A vacinação é um instrumento primordial quando a gente fala tanto de populações alvo, ou seja, grupos específicos, o que a gente quer proteger, quanto a gente está falando em populações em geral. Então, a gente precisa reforçar que a vacina é o principal instrumento. Como a influenza mata muito mais idosos e crianças pequenas e isso acaba não ficando tão visível aos olhos das pessoas, acaba tendo um apagamento desses casos”, afirma.
“A nossa principal preocupação é que nós podemos ter um alto índice de óbito entre crianças menores de dois anos e idosos acima de 65 anos, porque a Influenza tem uma chance maior de letalidade para essa população. Principalmente na nossa região, onde nos períodos de chuva as populações ficam mais em locais fechados, a gente acaba tendo maior transmissão dos vírus respiratórios. A grande preocupação quanto à baixa taxa de vacinação é o risco de nós termos grandes taxas de óbitos da população vulnerável. A gente precisa, sim, ter uma melhor adesão”, alerta Caio.
Segundo o especialista, a pandemia de covid-19 deixou o mundo em alerta para a importância da imunização contra as doenças, mas lembra que esse cuidado deve permanecer. "Durante a pandemia [de covid-19], nós ficamos extremamente preocupados e o que mais queríamos era a vacinação. Todo mundo queria se vacinar contra a covid, todo mundo ficou extremamente desesperado. E não se observou que a influenza tem uma taxa de letalidade elevada. Hoje, a covid-19 e a influenza mantém a mesma taxa de letalidade", pontua o médico.
"A ideia da vacina da influenza, assim como a covid-19, teve uma pandemia, que foi em 1919, e muito se almejou pela vacina. Hoje. nós temos a vacina e as pessoas pouco aderem a ela.
É interessante que a gente precisa aprender com os elementos históricos que acontecem", completa Caio. E, ainda, a imunização contra gripe foi antecipada no norte do Brasil para antes do inverno amazônico. Tudo isso para reduzir as complicações, internações e mortalidade por conta das infecções causadas pelo vírus da Influenza.Confira quem se enquadra nos grupos prioritários:
Crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias);
Gestantes em qualquer idade gestacional;
Puérperas: no período até 45 dias após o parto;
Trabalhadores da saúde;
Professores do ensino básico e superior;
Idosos com 60 anos ou mais de idade;
Povos originários;
Pessoa em situação de rua;
Pessoas com deficiência permanente;
População privada de liberdade com 18 anos e mais e funcionários do sistema de privação de liberdade;
Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medida socioeducativa;
Policiais civis, militares, bombeiros e membros ativos das forças armadas;
Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário (motoristas e cobradores) urbano e de longo curso;
Trabalhadores portuários e caminhoneiros;
Pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais independentemente da idade.
Fonte: Gabriel Pires/OLiberal