O Theatro da Paz, em Belém (PA), e o Teatro Amazonas, em Manaus (AM), podem receber, em breve, o título de Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Ambos localizados na Amazônia foram inscritos na Lista Indicativa de Patrimônio Mundial, que corresponde a uma etapa prévia, e agora iniciam a preparação para as candidaturas.
O primeiro passo começou no dia 13 deste mês e segue até amanhã, sexta-feira (15). Durante esse período, ocorre a realização da primeira oficina de mobilização, em Manaus (AM). Este evento reúne representantes dos governos de ambos os estados e prefeituras, além de pesquisadores, e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
A oficina contou com a apresentação de conceitos, princípios e procedimentos para a candidatura a Patrimônio Mundial. Hoje foi promovida uma visita técnica ao Teatro Amazonas, na área de entorno da edificação, no centro da capital. Por fim, amanhã (15), serão discutidos os valores patrimoniais, a justificativa para a candidatura e as melhores estratégias para elaboração das ações previstas nos próximos anos.
“Uma candidatura sempre se apresenta como um rico e estimulante desafio. Propor a articulação necessária entre os grupos sociais envolvidos, os gestores e as instituições interessadas. No caso particular dos Teatros da Amazônia, o desafio se renova, frente à riqueza e diversidade cultural da região Norte", contou o diretor do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do Iphan, Andrey Schlee.
Mudanças
As duas casas de espetáculos teatrais são reconhecidas como Patrimônio Cultural Brasileiro pelo Iphan. O Theatro da Paz, desde 1963. O Amazonas, a partir de 1966. Se reconhecidos como Patrimônio Mundial, os dois se juntarão a outros 14 bens culturais brasileiros que integram a lista da UNESCO, incluindo Brasília e os centros históricos de Ouro Preto (MG), São Luís (MA) e Salvador (BA).
Reconhecimento anima classe artística
Na vida da atriz Karla Noronha, 33, o teatro surgiu como forma de expressar a sensibilidade e mostrar ao público os múltiplos sentimentos guardados com ela. A artista está nos palcos há dois anos e gosta dos desafios que a atuação proporciona, com papéis e preparações sempre distintas entre um espetáculo e outro.
"As peças teatrais comovem o público de uma forma diferente, isso porque ocorre de forma ao vivo. Todos os sentimentos e experiências vivenciados são plenos. O teatro agrega a vida de quem assiste no sentido de informar, alegrar e/ou levar a reflexão. E nesse ponto o ator tem grande responsabilidade", diz.
Karla durante a apresentação do espetáculo "O Ninho", em junho deste anoKarla durante a apresentação do espetáculo "O Ninho", em junho deste ano (Foto/Divulgação/Karla Noronha)
A artista acredita que o reconhecimento como Patrimônio Mundial pode ser um fator determinante para fortalecer a cultura nortista, mostrando o valor das manifestações artísticas para a sociedade. "Em específico sobre o título para o Theatro da Paz, sinto que é um grande presente para os atores e paraenses, além de trazer mais visibilidade para os artistas do teatro", complementa.
Fonte: Juliana Maia/OLiberal