O auxiliar de pedreiro Maikon Sales da Silva, de 26 anos, foi submetido a um procedimento inédito de estimulação medular, no último dia 4. A cirurgia foi realizada no Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), no distrito de Icoaraci, em Belém, e teve como objetivo reduzir as dores crônicas que o paciente sentia, após sofrer um acidente de trabalho. O problema evoluiu para hérnia de disco, ocasionando grave comprometimento da coluna lombar do rapaz.Maikon estava internado na unidade de saúde desde o dia 28 de dezembro de 2023.
“Depois que fiz a cirurgia e coloquei o estimulador, melhorei 90%. A dor que era 10, agora posso dizer que ela fica entre 2 e 4. Hoje, nem tomo mais medicação. Sou um vencedor”, comemorou.
A cirurgia foi conduzida pelos neurocirurgiões Marcos Rodrigo Eismamn e Adriano Morais, que destacam os benefícios e sucesso do procedimento no paciente. Morais ressalta que Maikon tinha dor crônica intratável e que na escala de dor, a dor do paciente era sempre maior que oito, e a única opção foi indicar o estimulador medular.
“O estimulador medular é uma técnica relativamente recente e que nós ainda não tínhamos feito no hospital. Durante o procedimento, é implantado um eletrodo na medula, que fica dentro da coluna vertebral, na medula nervosa. Esse eletrodo é ligado a um gerador que fica implantado por dentro da pele e fica emitindo uma energia, que vai do gerador até o eletrodo e esse impulso elétrico é jogado diretamente em cima da medula e faz aliviar a dor”, detalhou.
O profissional reforça que o objetivo do procedimento é tentar impedir que a dor chegue ao cérebro. “Podemos dizer que vai desde mascarar a dor, causando uma espécie de parestesia e também pode causar uma modulação central, chamada antidrômica, mesmo assim ainda é um mecanismo um pouco desconhecido. É uma cirurgia de alto custo, mas também um procedimento relativamente simples, com duração de duas horas em média, geralmente o paciente não precisa ir para UTI.
A recuperação é rápida e o implante tem duração em média de 10 anos, fazendo essa estimulação. A melhora da dor em alguns pacientes é de mais 80%, ou seja, bastante significativa de uma dor que antes nada melhorava”, ponderou.
Fonte: OLiberal