Menos de duas semanas após um barco à deriva ter sido encontrado com corpos no litoral do Pará, o caso ganha novos desdobramentos com o avanço das investigações sobre as circunstâncias do ocorrido. Nesta quinta-feira (25), as vítimas tiveram seus cadáveres sepultados no Cemitério São Jorge, no bairro da Marambaia, em Belém.
Durante a cerimônia fúnebre, o diretor do Instituto Nacional de Criminalística (INC), Carlos Alberto Palhares, declarou à imprensa presente no cemitério que as perícias realizadas nos nove corpos encontrados identificou que todos eles eram de pessoas do sexo masculino e adultos.
Segundo o diretor do INC, órgão vinculado à Polícia Federal, foram encontrados oito corpos dentro da embarcação à deriva e um fora. Além disso, as análises do material achado no barco indicam que haviam documentos de mulheres entre os itens periciados. Deste modo, a PF trabalha com a possibilidade de que alguns dos ocupantes da embarcação sejam familiares, apesar de ainda não ter sido possível identificar cada uma das vítimas até o momento.
Carlos Alberto Palhares disse ainda que os documentos encontrados eram de pessoas naturais da Mauritânia e de Mali, ambos países da região ocidental do continente africano. Entre os demais materiais achados, dinheiro mauritano e celulares pessoais foram periciados. Sobre os aparelhos, uma perícia mais aprofundada será realizada para tentar extrair dados importantes para a investigação, apesar dos danos severos que os celulares sofreram.
Além disso, o trabalho de investigação apurou que embarcações como a que foi encontrada no litoral do Pará costumam ser usadas por imigrantes da região da África Ocidental para se deslocar às Ilhas Canárias, território espanhol na costa africana. Barcos deste tipo costumam levar de 60 a 90 pessoas nestes casos, conforme o diretor do INC.
De acordo com a Polícia Federal, é mantido contato contínuo do órgão brasileiro com entidades internacionais, por meio da Interpol, enquanto as demais fases da perícia do caso são conduzidas pelo Instituto Nacional de Criminalística em Brasília (DF).
Fonte: Adams Mercês/Diário do Pará/DOL