A operação “Sorrateiro”, deflagrada pela Polícia Civil na última terça-feira (18), culminou com o cumprimento de mandado de prisão preventiva contra Cícero da Silva Nascimento, o “Preto”, apontado como autor do assassinado do adolescente Henrique Aparecido Ribeiro, de 12 anos. O crime ocorreu no município de São Félix do Xingu, sul do Pará, no dia 4 de junho de 2005. O acusado foi preso na cidade vizinha de Tucumã.
De acordo com a Polícia Civil, a prisão do acusado, que desde a repercussão do crime brutal na região se encontrava foragido, mobilizou as equipes da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), Núcleo de Inteligência Policial (NIP) e Delegacia de Polícia Civil de Tucumã.
As equipes policiais realizaram intenso trabalho investigativo, até descobrirem o endereço do acusado, culminando com o cumprimento da ordem judicial expedida pela Vara Criminal de São Félix do Xingu.
Segundo as investigações, o assassinato do adolescente foi cometido a mando do fazendeiro Ronan Garcia dos Reis, conforme aponta Relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Alto Xingu, de 24 de julho de 2006.
Conforme o documento, o pai da vítima, Sidney Aparecido Ribeiro, trabalhou por cerca de três anos na fazenda de Ronan e havia procurado o fazendeiro para cobrar uma dívida trabalhista. Todavia, além de não pagar, o ex-patrão ameaçou matar a família do trabalhador rural, se ele o denunciasse no Ministério do Trabalho.
Conforme aponta o relatório da CPT, no dia 4 de junho de 2005, o adolescente foi surpreendido e agarrado por Cícero e outro homem identificado como Ronaldo. Eles teriam forçado o menino a ingerir bebida alcoólica até ficar inconsciente. Depois, Cícero teria golpeado a jugular da vítima. Três dias depois o corpo do adolescente foi encontrado em um rio, sem a orelha direita, o que indica crime encomendado.
O preso foi apresentado na Delegacia de Polícia Civil de Tucumã, onde se encontra a disposição da justiça. Ele deverá ser submetido a júri popular. Familiares, amigos e moradores da região esperam que, ainda que tardiamente, seja feita justiça.
Fonte: DOL Carajás com informações de Sandra Regina/DOL