As vendas de carros elétricos no Brasil até julho de 2024 já superaram o total de 2023. É o que indica o levantamento de agosto da ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos). Nos sete primeiros meses deste ano, o mercado brasileiro vendeu 94.616 veículos leves eletrificados, ultrapassando os 93.927 de janeiro a dezembro de 2023 – que já tinha sido o melhor ano da história da eletromobilidade no país.
Apesar de o Norte ter tido o menor índice de vendas em julho no Brasil - só 3% - o Pará se destaca na 16ª posição - com 1,23% de participação - superando todos os demais estados da região nortista e cinco estados nordestinos no ranking de vendas de carros elétricos no país, conforme dados da ABVE. Os estados com maiores vendas, ainda de acordo com a ABVE, foram São Paulo, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Paraná, nesta ordem.
No ranking com 62 cidades brasileiras, Belém ocupa a 22ª posição, com 118 vendas de carros elétricos em julho deste ano. A capital paraense ficou na frente de cidades com maior desenvolvimento econômico. Balneário Camboriú, Santos, Blumenau, Joinville e São Bernardo do Campo são alguns exemplos. Quanto às demais capitais do Brasil, São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba ficaram na liderança de vendas em julho de 2024.
Economia e menor impacto ambiental são atrativos
Marcelo Moraes, gerente GWM - montadora chinesa de eletrificados - de Belém, destaca a economia como principal atrativo dos carros elétricos. “São mais eficientes em energia e podem ser carregados em casa, o que geralmente é mais barato do que abastecer com gasolina ou diesel”, afirma. Ele também ressalta que, com menos peças móveis do que carros a combustão, os veículos elétricos sofrem menos desgaste e reduzem custos de manutenção.
Outro diferencial dos modelos é o menor impacto ambiental. “Além de não emitirem poluentes durante o uso, reduzem a poluição do ar e as emissões de gases de efeito estufa, especialmente se carregados com eletricidade de fontes renováveis”, afirma Moraes, acrescentando que “alguns estados incentivam esses veículos com isenção de IPVA, descontos em pedágios e subsídios na compra”, embora tais medidas ainda não tenham sido adotadas pelo Pará.
Segundo o gerente, os clientes que optam por carros elétricos geralmente buscam um equilíbrio entre preocupação ambiental, redução de custos operacionais, acesso a tecnologia avançada e uma experiência de condução superior. Ele também aponta o status. “Possuir um veículo elétrico pode transmitir uma mensagem de modernidade, consciência ambiental, e adesão a tendências futuras”, diz Moraes
‘Se paga com a economia’, diz comprador
Nélio Neto, discente de Educação Física da Universidade do Estado do Pará (Uepa), está nas estatísticas. Ele, que optou pela aquisição de um um carro elétrico em julho, atesta as vantagens apontadas por Moares. “Além dos benefícios para o meio ambiente, tenho uma economia enorme com combustível. Outra questão positiva é o menor gasto com a manutenção. A revisão é menos frequente e bem mais em conta por ter menos itens para serem trocados”, diz.
Neto se diz satisfeito com a compra. “Além dele ser super confortável e espaçoso também é totalmente silencioso. Há vários pontos de carregamento em shoppings, então caso eu vá ao cinema ou sair para comer, dá para deixar carregando um pouco”, diz. Quanto ao investimento, Neto diz que compensa. “Apesar de ser um pouco mais caro que um carro popular, com o tempo ele se paga com a economia em combustível e manutenção”, opina.
Fonte: Amanda Engelke e Jéssica Nascimento/OLiberal