O Pará tem 331.119 pessoas que residem sozinhas, representando 13,53% do total de habitações no território paraense, que soma 2 milhões de unidades. Os dados fazem parte do Censo Demográfico 2022: “Composição domiciliar e óbitos informados (resultados do universo)” e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (25). Em comparação ao Censo de 2010, o balanço deste ano registou um aumento considerável, segundo o IBGE. Naquele ano, eram 154 mil domicílios unipessoais no Estado (8,3% do total).
Deste total de pessoas morando sozinhas, 203 mil eram homens e 127 mil mulheres. A faixa etária com a maior concentração de pessoas vivendo em domicílios unipessoais era a de 40 a 59 anos (39,89%), em seguida de 60 anos ou mais (21,66%). O coordenador técnico do Censo 2022, Luiz Cláudio Martins, explica que esse aumento de pessoas morando sozinhas possui reflexos culturais e demográficos.
“Quais explicações seriam possíveis para essa elevação no número de pessoas que residiam sozinhas no Estado? Temos o fator demográfico, o número de filhos por mulheres vem reduzindo. A população vem crescendo, mas as taxas são cada vez menores. E isso impacta também nos arranjos familiares, que significam a própria composição das famílias e o número de pessoas que formam o núcleo familiar, que tem uma redução”, pontua.
Luiz acrescenta: "E tem o fator cultura, que as pessoas optam por viver sozinhas, além do aspecto econômico, para serem reduzidos custos. São possibilidades de explicação. Esse aumento de pessoas residentes sozinhas impacta em alguns setores e segmentos da sociedade. Quando a gente pensa no aspecto econômico, seria de se ter disponível no mercado imobiliário, por exemplo, residências e principalmente unidades em apartamentos voltadas para esse público de apenas uma pessoa”, completa Luiz.
Segundo a nova publicação do Censo 2022, o Brasil conta com cerca de 72 milhões de unidades domésticas, com uma média de 2,8 moradores por domicílio. No Pará, esse número é de 2 milhões de unidades, com uma média de 3,3 pessoas por domicílio, sendo 51,7% homens e 48,92% mulheres. A maioria dos responsáveis tem entre 40 a 59 anos (976 mil pessoas) e 60 anos (529 mil pessoas).
Moradias compartilhadas
Ainda segundo a pesquisa, no Pará, dos 2 milhões de domicílios registrados, 841 mil (34,39%) eram compostos por responsáveis que viviam com seus parceiros e filhos em comum, enquanto domicílios formados apenas por casais somaram 422 mil (17,25%). Já as unidades familiares sem cônjuge, mas com filhos, totalizaram 423 mil (17,30%). Desse total, 355 mil domicílios (14,53%) eram chefiados por mães solteiras, enquanto 67 mil (2,7%) eram liderados por homens na mesma condição.
Número de óbitos
Entre janeiro de 2019 a julho de 2022, foram contabilizados no Pará, um total de 131.856 óbitos, sendo 77.184 óbitos (58,54%) para o sexo masculino e 54.672 (41,46%) para o feminino. No estado, a maior participação de óbitos masculinos, calculado pela razão de sexo dos óbitos (óbitos de homens, dividido pelos de mulheres), encontra-se no grupo etário de 20 a 24 anos, indicando, aproximadamente, 425 óbitos masculinos para cada 100 femininos, ou seja, uma sobremortalidade masculina de aproximadamente 4,2 vezes.
Fonte: Gabriel Pires/OLiberal