No Brasil, quase dois celulares são roubados ou furtados por minuto, com quase um milhão de ocorrências registradas em delegacias em 2023. No entanto o roubo de celulares vem registrando queda no Estado do Pará: de janeiro a dezembro de 2022 a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) registrou 34.523 roubos de aparelhos, número que caiu para 29.777 aparelhos de janeiro a dezembro de 2023, uma redução de 13%. Os nove primeiros meses deste ano (janeiro a setembro) também mostram redução: foram 18.170 ocorrências, contra 22.756 registradas no mesmo período do ano passado, o que representa uma nova queda de 8%.

A Polícia Civil do Pará informa que, de janeiro até o último dia 28 de outubro, já recuperou 4.223 aparelhos celulares em todo o Pará. Deste número, 1.899 foram celulares recuperados na Região Metropolitana de Belém. O dado da RMB representa um aumento de 22% em relação ao mesmo período do ano passado, que recuperou 1.558 celulares. Todos os aparelhos recuperados foram restituídos aos proprietários. Por outro lado, os casos de furto (subtração sem contato ou confronto direto com a vítima) registraram uma ligeira alta: foram 21.415 no ano de 2022, número que subiu para 22.839 em 2023 (+6,6%). Já nos primeiros nove meses de 2023 foram 16.941 ocorrências, contra 18.351 registradas até o final do mês de setembro (+8,3%).

A PC destaca ainda a importância do registro do Boletim de Ocorrência Policial (BOP) para que os proprietários dos bens recuperados sejam identificados e localizados. As pessoas que tiveram seus celulares perdidos, furtados ou roubados são notificadas para receberem o aparelho e comparecerem na delegacia com o documento de identificação com foto.

O crime pode ser denunciado presencialmente, em uma delegacia de bairro, ou pela Delegacia Virtual da Polícia Civil (https://www.delegaciavirtual.pa.gov.br). Uma ferramenta importante é a ferramenta alertacelular.pa.gov.br, sistema lançado pela Polícia Civil e a pela Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Pará (Prodepa), que cadastra telefones celulares em um banco de dados virtual, o que auxilia na recuperação e devolução do aparelho em casos de furto ou roubo.

A Polícia Civil mantém ainda parceria com as polícias de outros estados para a recuperação de celulares. Através da troca de informações, as forças de segurança trabalham de forma integrada para localizar e devolver aparelhos roubados ou furtados no Pará e em outros estados.

O Alerta Celular é serve como base de consulta para identificar aparelhos roubados, inibindo qualquer tipo de comercialização celulares que estão em situação de alerta. Até o meio dessa semana, o sistema já possuía 56.274 usuários cadastrados, sendo 49.584 ativados na plataforma. Desse quantitativo de ativos, 6.680 dispositivos estavam em alerta, mostrando o engajamento da população no uso dessa ferramenta de segurança pública. Ainda de acordo com o sistema, havia um volume significativo de dispositivos não ativados (6.690), e 13.058 dispositivos permaneciam sem registro, representando uma oportunidade de maior adesão ao sistema.

Alerta Celular garante mais segurança aos aparelhos

Flávio Alves, analista de sistemas da Prodepa, informa que a plataforma Alerta Celular no Pará conta com a adesão de usuários de todas as partes do Brasil, o que sugere que muitos desses usuários tiveram seus dispositivos furtados ou roubados em território paraense. “Atualmente, o sistema contabiliza cerca de 19.292 usuários de outros estados, representando 34,28% do total de cadastrados, enquanto 36.982 são usuários do Pará, equivalendo a 65,72% do total”, contabiliza.

O Pará se destaca por possuir o maior número de dispositivos cadastrados sem alerta ativo, com 24.815 dispositivos nessa condição. “Esses números possuem duas perspectivas: cidadãos que tenham feito o cadastro de forma preventiva, ou seja, já se preparando para um eventual possível furto ou roubo no futuro, com isso facilitando a mudança de status para “Em alerta” na plataforma; e cidadãos que fizeram cadastro, tiveram o seu dispositivo encontrado e retiraram o alerta passando o status para “Sem restrições” na plataforma”, explica Alves.

A plataforma se mostra essencial no combate ao crime organizado relacionado a furtos e roubos de celulares, permitindo à Polícia Civil acessar informações cruciais que auxiliam na identificação e devolução rápida dos aparelhos, sobretudo com a integração com o SISP2 que é o sistema utilizado em todas as Unidades de Polícia do Estado do Pará.

A iniciativa é incentivada para todo o Brasil, especialmente em estados como o Pará, onde 5.191 dispositivos estão atualmente em alerta, representando cerca de 77,71% dos alertas e 1.489 dispositivos nos demais 26 estados da federação, que representa 22,29% dos demais alertas na plataforma paraense.

O Alerta Celular, diz o analista, é uma solução simples, mas poderosa, para proteger cidadãos contra o furto e perda de dispositivos móveis. “Com mais pessoas aderindo ao programa, a expectativa é que mais celulares possam ser rastreados e recuperados, promovendo a segurança pública e contribuindo para um ambiente mais seguro”.

Como funciona?

O Alerta Celular permite que o usuário cadastre os códigos identificadores de cada aparelho (IMEI), números de contato, vinculando o IMEI do aparelho ao CPF do proprietário. Após o cadastro, os dados do aparelho ficam registrados no sistema, que poderão ser cruzados com os dados do SISP. No momento em que um agente de segurança aborda uma pessoa, poderá verificar pelo ImeiGuard, na hora, se o celular foi roubado e quem é o seu dono.

Alerta Celular

Para saber mais sobre o Alerta Celular e como se cadastrar, basta acessar o site do programa no link https://www. alertacelular.pa.gov.br e realizar o cadastro ou procurar o serviço na delegacia mais próxima.

Aplicativo IMEIGuard

A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) em parceria com a Prodepa também desenvolveu o “IMEIGuard”, aplicativo de consulta lançado em junho deste ano e que também auxiliam no combate a furtos e roubos de celulares.

Funcionando como uma ferramenta de verificação, ele permite que agentes de segurança consultem, durante abordagens, o status de um aparelho celular por meio do número IMEI (Identificação Internacional de Equipamento Móvel), identificando se o dispositivo possui restrição por furto ou roubo, está em processo de recuperação ou foi extraviado.

Integrado ao Sistema Integrado de Segurança Pública (SISP), onde são registrados boletins de ocorrência, e ao Alerta Celular Pará, que permite o cadastro do IMEI pelos cidadãos, o IMEIGuard facilita a rápida identificação do proprietário legítimo e a devolução de aparelhos recuperados.

Fonte: Luiz Flávio/Diário do Pará/DOL