Nos últimos três anos, o Governo do Pará, por meio do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), deu passos significativos para ampliar a proteção da biodiversidade amazônica. Com a criação de uma nova Unidade de Conservação (UC) por ano desde 2023, o Estado já protegeu 686 mil hectares adicionais de áreas estratégicas e se aproxima da meta de 1 milhão de hectares até 2026.
Com a expectativa de criar mais quatro UCs em 2025, o Pará continua se consolidando como líder na criação de áreas para proteção da biodiversidade amazônica. O governador Helder Barbalho reforçou que “a criação dessas áreas reflete o compromisso do Estado com o futuro da Amazônia, conciliando preservação ambiental e desenvolvimento sustentável”, enfatizou.
O mais recente marco é a criação do Parque Estadual das Árvores Gigantes da Amazônia, no município de Almeirim, oficializado em setembro de 2024. Com 560 mil hectares, o Parque se destaca por abrigar árvores de grande porte, como o maior exemplar de angelim-vermelho já registrado, com 88,5 metros de altura, considerada a maior árvore da América Latina e uma das dez maiores do mundo. Além de sua relevância ecológica, a área será um centro de pesquisa científica, educação ambiental e turismo sustentável.
“O Parque Estadual das Árvores Gigantes da Amazônia é um marco na preservação da nossa biodiversidade. Ele assegura que espécies únicas continuem existindo para as futuras gerações e reforça o compromisso do Pará com a conservação ambiental”, destacou o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto.
Política Ambiental
O decreto de criação do Parque recategorizou 15% da Floresta Estadual do Paru, que cedeu parte de seu território, para garantir um nível de proteção mais elevado. Agora, a nova UC de Proteção Integral passa a compor a rede de 29 áreas protegidas gerenciadas pelo Ideflor-Bio. Esse esforço, segundo o Instituto, reflete a política do governo estadual de equilibrar proteção ambiental e desenvolvimento sustentável.
Nos anos anteriores, outras UCs ampliaram o alcance da proteção ambiental no Pará: como a Estação Ecológica Mamuru, entre os municípios de Aveiro e Juruti, com 126.302 hectares, em 2023. Junto com o Parque Estadual das Árvores Gigantes da Amazônia, essas áreas desempenham papel crucial na preservação da biodiversidade e na mitigação dos impactos das mudanças climáticas.
Ecoturismo
Vale destacar que a nova UC também reforça o turismo ecológico no Estado. “Além de proteger espécies raras, o parque oferece oportunidades para o turismo sustentável e estudos científicos que ajudarão a compreender melhor a rica biodiversidade da região”, afirmou o diretor de Gestão da Biodiversidade do Ideflor-Bio, Crisomar Lobato.
A gestão do Parque contará com um Conselho Consultivo que regulamentará atividades como a coleta de castanha-do-pará e camu-camu, respeitando as populações tradicionais que vivem no entorno. O decreto de criação também garante o acesso ao rio Jari e a manutenção do modo de vida das comunidades locais, desde que em harmonia com os objetivos de conservação.
Referência
Para o diretor de Gestão e Monitoramento de Unidades de Conservação do Ideflor-Bio, Ellivelton Carvalho, o modelo adotado no Pará é uma referência. “Estamos construindo uma rede de áreas protegidas que, além de preservar, integra as comunidades e seus saberes ao esforço de conservação. Isso é fundamental para o sucesso das UCs”, frisou.
A criação do parque foi viabilizada com o apoio de parceiros como a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e o Andes Amazon Fund (AAF), por meio de um Acordo de Cooperação Técnica. Esses parceiros têm atuado no fortalecimento das políticas de gestão ambiental do Estado, ampliando o alcance das ações do Ideflor-Bio.
Fonte: Agência Pará/OLiberal